A Ampulheta é também
conhecida por relógio de areia, sendo um dos primeiros instrumentos
criados pelo homem para medir o tempo.
A sua invenção é atribuída a
um monge de nome Luitprand que viveu no século VIII em Chartres
que fica distante 90 quilômetros de Paris; no entanto, as primeiras
referências históricas deste tipo de objeto apareceram apenas no século XIV.
A Ampulheta primeiramente foi formada por dois
cones ocos de vidro, unidos pelo gargalo, mais tarde foi possível construí-la
com apenas uma só peça de vidro; tanto do modo antigo como o moderno, o
importante é que a areia deveria ser fina, de modo a passar de uma âmbula para
outra, num determinado intervalo de tempo, através de um pequeno orifício.
Na verdade, a Ampulheta é um dos objetos
simbólicos maçônicos que possui a meu ver, o dom de nos chamar à atenção quanto
ao fato de que o tempo de vida dos seres humanos na terra é finito e que
precisamos observar a sua constante dinâmica, capaz de nos fazer ver que o
presente é algo muito breve e que logo estará transformado em passado, e
que o futuro ainda está contido simbolicamente nos minúsculos grãos de areia
dos futuros acontecimentos, tão desconhecidos e muitas vezes tão
surpreendentes.
Desta forma, deste ângulo de
visão, fazendo uma analogia, comparando a Ampulheta quanto ao tempo em que houve o início da Maçonaria, peço-vos licença para
apresentar a minha modesta opinião:
A Maçonaria Universal existe desde que o homem
primitivo aprendeu a talhar a pedra bruta, dos mais diversos formatos e
tamanhos.
Porque o ato de trabalhar as
pedras em estado natural, retirando, aparando, as suas arestas pontiagudas e
disformes, adequando-as para que servissem para o perfeito levantamento de
paredes, muros e as mais diversas edificações, inclusive, até mesmo nos dias de
hoje exige conhecimentos
especializados.
Então, podemos imaginar, intuir que, a Maçonaria Operativa nasceu, -
quando mestres conhecedores deste trabalho, resolveram guardar entre eles, os
segredos que descobriram quanto ao tipo de pedras a ser usadas nas construções
que exigissem, desde as mais simples, como as verdadeiras obras de arte e
solidez, com a presença de um traçado de uma diversidade de ângulos retos,
perpendiculares, curvos, côncavos e convexos.
Também, que precisavam auxiliares, de aprendizes
da Nobre Arte, e desta forma, iniciavam sob duras provas, aqueles que, desejassem
aprender os extraordinários segredos.
Com o advento da Maçonaria Especulativa, a
lapidação da Pedra Bruta, agora a pedra bruta individual de cada irmão maçom,
continua sendo o grande e permanente desafio!
É neste sentido que, no interior de nossa câmara de nossa reflexão, observemos todos os
símbolos que nos foram disponibilizados conhecer.
O galo nos conclamando a eterna vigilância para
que não nos deixemos levar pela vaidade, pelo orgulho do ter, pelo poder que
conquistamos lá fora no mundo profano, que, de
repente teima em continuar conosco, também, que, - precisamos ser indulgentes
com os erros e falhas dos nossos irmãos e
muito rigorosos conosco mesmo, entendendo que o malho da nossa vontade ao ser empunhado pela nossa mão de nossa
firmeza moral, precisa da força de nossa vontade, para que a cada pancada no
estilete de nossa consciência, realmente, nos aperfeiçoemos.
O crânio nos demonstrando
a finita temporalidade da vida, nos igualando a todos os demais seres humanos,
porque o crânio desnudo dos resquícios carnais, é igual, não permite
distinguir, a que raça ele pertenceu, se pertenceu a um rico ou um pobre, um rei ou plebeu.
O Enxofre
e o Mercúrio nos conclamando a sublimação de sentimentos, para que fiquemos
livres do ressentimento, do ódio e das nossas imperfeições naturais.
Uma simples vela acesa!
Demonstrando-nos que a Luz do Conhecimento que
já tenhamos conquistado, nos impele à distribuir indistintamente, de forma igualitária fraterna e amorosa, a todos que
conosco convivem, porque a chama daquela vela, poderá acender milhares de
velas, sem que ela perca a intensidade da sua chama, ou diminua
a sua claridade.
O o simbolismo do Pão da Gratidão a Deus, o Grande Arquiteto do
Universo, porque nos prodigaliza o
dom da degustação do sabor de todos
os alimentos que ingerimos.
A Bilha com
a Água, simbolizando o nosso recipiente
carnal, que não sobrevive sem esse precioso e indispensável líquido, fonte de
vida, purificação e renovação.
Afinal, tivemos a coragem de ir voluntariamente ao Interior da
Terra, e na solidão do escuro do desconhecimento, dali saímos prontos!
Renascemos para ser um novo Ser Maçom!
Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'. I.'. 33º
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