Bode

Adormecido

Aos homens livres e de Bons Costumes

O DEFICIENTE FÍSICO PODE SER MAÇOM?



Em minha vida maçônica convivi fraternalmente com irmãos obreiros maçons, com as mais diversas e notáveis qualidades, virtudes e aptidões.
Nesta oportunidade, pretendo tecer comentários sobre o maçom inovador, assim com também, o maçom inventor de regras, de idéias diferentes das que a Maçonaria preserva por milênios, destinadas a nos transmitir seu valores, suas virtudes e seus conhecimentos.
O irmão maçom inovador, para mim, é aquele que não se prende a conceitos excludentes, pois entende o Espírito, o Escopo, o Fundamento Maior da Maçonaria Universal.
Pois ele sabe distinguir bem, por exemplo, aquilo que contém nos Landmarks e que na época em que foram traçados, há trezentos, eram perfeitamente exequíveis, mas, que, o tempo e a evolução do mundo terreno na modernidade, agora, precisam ser revistos, adaptados ao momento em que vivemos.
O irmão inovador não deixa de ser um conservador dos princípios, fundamentos maçônicos, apenas, como já escrevi, ele entende e sabe distinguir bem, aquilo que jamais poderá ser modificado, daquilo que deve ser visto, como um fator de unificação, de manutenção, de valoração, do fraterno amor, como é o caso da Lei Maçônica, Landmark XVIII,  onde na época, os candidatos à Iniciação, deveriam, e ainda tradicionalmente, devem ser isentos de defeitos e mutilações. 
No referido Landmark ainda consta que, uma mulher não pode ingressar na Arte Real.
Porém, quanto ao Ingresso da mulher na Maçonaria, o nosso Irmão Elias Mansur Neto, autoridade Maçônica em nosso Pais, conhecido por seu livros divulgados em todo o mundo, se referiu a este assunto, aqui no presente blog, através da publicação com o título:
A Maçonaria Masculina e a Maçonaria Mista no Brasil - a busca pela unidade.
Postada aqui em 30.12.2015.
Desta forma, pretendo realçar aqui nesta oportunidade, o irmão maçom inovador, José  Antonio Vilheto, membro da A.'.R.'.L.'. S.'. Cavalheiros Templários, jurisdicionada à Unilojas, situada ao Oriente Belo Horizonte- MG, quando este propõe que a proibição da Iniciação possibilitadora do Ingresso de um ser humano livre e de bons costumes, que tenha sofrido mutilação ou tenha defeitos físicos, seja revista, porque vivemos um tempo diferente, basta que nos lembremos que, a Maçonaria Operativa pelas suas obras de construção dos edifícios, templos, e catedrais, não poderia contar com o trabalho de um homem que não tivesse uma perfeição complexão física, além das qualidades já citadas.
Me refiro ao fato, porque ontem recebi do irmão maçom, acima citado, o pedido de que se eu tivesse algum subsidio de que o auxiliasse num Trabalho Maçônico que está realizando em prol da aceitação dos hoje chamados deficientes físicos.
Pesquisando encontrei um texto bem elaborado por Kennyo Smail, com o título:
Deficientes físicos na Maçonaria Brasileira: Um antigo tabu.
Nele o autor traça diversas considerações, muito importantes, salientando que nem todas as diversas Potencias Maçônicas nos Estados Unidos e na Europa, adotam todos os XXV Landmarks, variando entre apenas sete e chegando até mais de cinquenta normas e leis, salientando que, - muitos desses compêndios são anteriores à versão de Albert Mackey, ao qual se atribui a estruturação, o traçado dos Landmarks.
E, fiquei realmente admirado quando o autor cita que a Grande Loja Unida da Inglaterra-Glui, instalou como Venerável Mestre o maçom deficiente físico Malcolm Roy Elvy na Loja Elisabethan nº 7262, mesmo que o Irmão Malcolm por defeitos genéticos tivesse as suas duas pernas amputadas, quando ainda tinha apenas quatro de idade, e as suas mãos que haviam também sofrido uma má formação, pois precisou depois de uma cirurgia reparadora para separar seus dedos que eram colados, grudados, de nascença, sem as separações que acontecem normalmente.
Com defeitos nas duas mãos, mesmo após a cirurgia, e sem as duas pernas, Malcolm trabalhou com seu fisioterapeuta, praticando o ato de ajoelhar-se, mesmo sem os seus dois joelhos.
Realmente, a dedicação de Malcolm Roy Elvy, e a compreensão do Venerável Mestre Max Preece que aceitou Inicia-lo porque afirmou: A Maçonaria está no coração e não nas pernas.
Inclusive, temos hoje através da tecnologia a criação de aparelhos que praticamente permitem os movimentos de forma quase normal.
 Este é um fato extremamente relevante e que nos conduz a pensar, a refletir demoradamente sobre o assunto.
Já o irmão maçom realmente deficiente, infelizmente, - é aquele que perde muito tempo tentando realçar seus "notáveis conhecimentos" geralmente trazidos do mundo profano.
Ele tenta por todos meios possíveis se destacar dos demais irmãos em sua Oficina de Trabalho.
Quer ensinar o que não sabe, porque nunca estudou, nunca se dedicou com amor e humildade ao seu próprio aprendizado, deverás fundamental para que considere-se um ser maçom, pois se galgou graus maiores, nunca os valorizou, apenas se preocupou em demonstrar aparências enganadoras, mistificadoras, alimentadoras do seu ego doentio.
Ah! E tem o que sabe, conhece bem os Rituais e as Liturgias Maçônicos, mas tenta, precisa, inventar, alguma regrinha nova, um pequeno novo detalhe.
Interrompe um Trabalho que está se realizando em Loja, para com atitudes até grosseiras, se mostrar, sapiente, superior e poderoso.  
Condena uns e exime outros irmãos maçons de falhas e erros.
O maçom deficiente, doentio, vicioso, sempre esquece de trabalhar a sua Própria Pedra Bruta. 
Porque, ou insiste em trazer suas convicções profanas para dentro do Templo, ou, porque a vaidade, a presunção despótica e o orgulho, e, ainda, outras vezes à busca de realizar os seus intentos e seus interesses puramente pessoais, que, - lhe tomaram conta do coração, impedindo  à todo custo que Maçonaria ali fizesse a sua bela, justa e perfeita morada.
Comento fatos assim, porque vivi situações assim.
Na verdade o maçom deve sempre comparar, examinar, especular na busca pela verdade.
Quando ao deficiente físico, conheci um irmão maçom em Novo Hamburgo-RS, que faltava-lhe parte da perna, do joelho para baixo, pois notava-se em Loja, a sua dificuldade de dar os passos ritualísticos, e de se ajoelhar, porém, com alegria presenciei que o mesmo se esforçando bastante, conseguiu realizar todos os atos pertinentes ao momento.
Modestamente, com humildade, espero poder contribuir apesar da minha pequenez, - para que possamos começar a rever questões tão importantes para que a Maçonaria Universal permaneça pujante, sempre moderna, atuante, em nosso País.
Recordemos que, na prática do Rito Escocês Antigo e Aceito-REAA, na abertura do Livro da Lei, sempre recitamos o Salmo 133.
Desta forma supliquemos ao Grande Arquiteto do Universo que nos prodigalize as Suas Inefáveis Bençãos!
Supliquemos que, - tal como o Orvalho de Hermon, a Maçonaria Universal caia suavemente, amorosamente, serenamente sobre as nossas cabeças!
Chegue com brandura e suavidade em nossos corações!
Afinal, a Maçonaria Universal, através dos irmãos maçons antepassados, sempre lembrados por seus notáveis exemplos e ensinos, - em todos os tempos, esteve à frente dos grandes movimentos sociais, promovendo mudanças para o progresso, a Fraternidade, a Liberdade e a Igualdade em nosso mundo!

Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'. I.'. 33 º


































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