Bode

Adormecido

Aos homens livres e de Bons Costumes

A SIMBOLOGIA DO BANQUINHO DE TRÊS PÉS. MAÇONARIA


Com tempo o viver maçônico nos faz observadores, dentro e fora do Templo.
Porque, semanalmente, nos deparamos no interior de nossa oficina de trabalhos de desbaste da pedra bruta e do aperfeiçoamento pessoal, com um rico manancial de variadas simbologias que, - estimulam o nosso pensar, voltado a compreender esotericamente, isto é, aquilo que em seu interior, cada símbolo representa e transmite - os conhecimentos daquilo que está oculto, e que desvendados, nos trarão ganhos ao nosso aprendizado, para que caminhemos firmes, seguros, em direção da sabedoria. 
Hoje pela manhã observando um banquinho de três pés, lembrei que tem um  momento especial na Sessão de Iniciação de acordo com o Rito Escocês Antigo e Aceito, quando o candidato é convidado a tomar assento num banquinho e ali permanece por um certo tempo envolto no mais profundo silencio. 
E o banquinho tem três pés, é encimado por um acento arredondado, na verdade um círculo perfeito.
Desta forma, fiquei imaginando, e concluí que na Maçonaria nada acontece e permanece por mero acaso.
Temos, então, no banquinho, representados em seus pontos de apoio no piso, no chão, os três pontinhos com tantas significações no âmbito maçônico; temos o círculo traçado pelo compasso que nos aponta para a infinitude cósmica, morada, harmônica, grandiosa, gloriosa de Deus, o Grande Arquiteto do Universo.
Mas, podemos ir adiante em nossa observação:
As três pernas do banquinho têm a mesmo comprimento, a mesma largura e altura, e, assim, permitem o perfeito equilíbrio para quem nele se assentar.
O assento demonstra ao iniciado que ele está agora acomodado, inserido, no centro do conhecimento que é disponibilizado, oferecido de forma igualitária a todos os maçons em toda a face da Terra.
Nós os seres humanos, maçons e não maçons, temos, também, - três sustentações básicas, fundamentais:
O corpo, o espírito e a alma.
E assim sendo, temos um grande desafio!
O de mantermos o equilíbrio entre estas três energias.
O corpo carnal, biológico é parte da natureza, - nasce, cresce e morre.
O  aprendiz maçom, tal qual o corpo biológico, nasce para a Arte Real, começa aprender, conhecer e a ser orientado para que possa desvendar gradualmente, os Augustos Mistérios, porém, ritualisticamente, simbolicamente, ele encerra no tempo certo esta etapa, renascendo para um novo grau, um novo estágio de aprendizados e conhecimentos.  
O espírito é o companheiro, o mediador dualístico,  entre a alma, - o mestre e o corpo, - o aprendiz.
A alma é a micro cósmica eterna presença de Deus que habita no profundo, no âmago do eu interior de todos nós.
Vivemos em constantes conflitos, porque somos maçonicamente, ao mesmo tempo, aprendizes, companheiros e mestres.
Como companheiros maçons estaremos trilhando a constante alternância dualística, entre a luz do aprendizado feito, e a treva daquilo que ainda não conhecemos, mas que nos é disponibilizado desvendar e conhecer.
A alma é o mestre, é a sublime essência do Poderoso e Infinito Amor do Supremo Criador, Deus, que se torna manifesta para que todas as virtudes que enobrecem, dignificam e exaltam o mestre maçom, se reflitam através dele, sempre o valor dos bons exemplos, - da humildade, do fraterno amor capaz de unir a todos os irmãos.
  Lembremo-nos  do banquinho das reflexões!
Da solidão dos momentos vividos durante a nossa iniciação, quando, repentinamente, a solidão desapareceu e fomos amparados e guiados, sentindo o incentivo para que continuássemos, persistíssemos, até que fôssemos proclamados como um novo membro, um novo maçom componente do quadro de obreiros de nossa amada Loja.
Pode acontecer que tenhamos descontentamentos, contrariedades, desentendimentos, contudo, lembremos, - somos seres humanos, somos maçons, porém, somos todos ainda tão imperfeitos, porém, a Maçonaria Universal é Justa e Perfeita, e com a nossa frequência assídua nos Augustos Trabalhos, os nossos pensamentos terão uma melhor direção, e os conhecimentos que adquirirmos nos farão pacientes, tolerantes, fraternos, pois às vezes, - o defeito que apontamos no outro é justamente este defeito que teremos de desbastar diligentemente em nossa própria pedra bruta.
O maçom é iluminado gradualmente, porque se o fosse de uma só vez, se perderia pelo escabroso mundo daqueles que ainda não tiveram oportunidade, ou, então, apressados, agiram como os maus companheiros que assassinaram seu mestre, tentando abreviar o tempo que lhes faltava para o mestrado.
Todos os dias da semana adentremos, mesmo que por breves momentos, em nossa própria câmara de reflexões, buscando a fórmula do viver pacífico ordeiro e fraterno, através do exercício diário da prece e da meditação.
Para que possamos equilibrarmo-nos, entre o ter e o ser, para a Glória de Deus o Grande Arquiteto do Universo!

Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'. I.'. 33 º










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1 comentários:

  1. Na Loja em Juiz de Fora existia sim um banquinho em cujo assento haviam pontas
    Era para castigar o iniciado. E o caixão era para para guardar os segredos até a morte. Conheci um maçom que comeu um peixe e morreu.

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