Pesquisando encontrei na Revista Universo Maçônico uma
notável descrição histórica da romã, seu uso e o seu simbolismo desde a
antiguidade, inclusive, no artigo publicado na revista citada acima, este fruto
foi usado pelo rei Salomão, que utilizava o seu suco, após maceradas as
sementes e do líquido obtido, após a sua fermentação, transformava-se numa
espécie de vinho.
O vinho tinha poderes afrodisíacos,
conforme consta no livro de I Reis Capítulo 11, constante no Livro da Lei
Maçônica, - a Bíblia Sagrada.
Como se trata de um artigo um tanto
longo, copiei a parte que mais nos interessa, no aspecto mais objetivo e esclarecedor
maçônico.
"De qualquer forma, é preciso
encontrar uma justificativa sobre a presença das romãs, do que a simplista de
que simbolizava a união fraterna, pela coesão de seus grãos. A necessidade dos
excitantes sexuais vem justificada pelo costume que os poderosos tinham de
manter junto a si, múltiplas esposas e concubinas; os excessos sexuais da época
não constituíam pecado ou falha moral.
Completaremos o estudo sobre a Romã,
examinando detalhadamente o seu aspecto interno e externo. O fruto é
arredondado, assemelhando-se a um pequeno cântaro, ou a uma laranja de bom
tamanho. Sua casca é lisa e manchada na coloração mista do vermelho com o
verde, com manchas amareladas.
Na parte oposta ao pedúnculo que se
prende ao ramo, apresenta uma coroa formada de pequenos triângulos, e no seu
centro restos de pistilos secos de sua flor. Essa flor é de cor escarlate e
composta de três pétalas carnosas que após desabrochar
completamente dão lugar a uma rosácea de cinco pétalas; curiosamente, ao
formar-se o fruto, surgem mais duas pétalas que se mantêm envolvidas pela coroa,
secando paulatinamente até o completo desenvolvimento do fruto.
A casca é grossa e robusta; quando bem
maduro, o fruto rompe-se, pondo à mostra alguns grãos; quando colhida e deixada
em lugar quente, a Romã seca lentamente; não apodrece; e mesmo seco, o fruto é
utilizado, pois os seus grãos apresentam-se mais doces ainda. O interior
apresenta duas câmaras: a alta que contém cinco celas onde se espremem dezenas
de grãos, e a câmara baixa, que se apresenta da mesma forma; os grãos têm no
centro, uma diminuta semente branca e ao redor uma grande parte carnosa e
transparente, nas colorações que partem do rosa pálido ao vermelho rubi. Essa parte
interna lembra os favos de mel; as celas são divididas por uma espécie de
cortina branca e leve.
Essa película resistente é amarga, como o
é toda a casca exterior, possuindo propriedades medicinais; pela grande
quantidade de tanino que contém, é usada como adstringente para diarreia; a
casca, em forma de chá é um excelente vermífugo. Os grãos são saborosos,
podendo ser ingeridos agrupados; o gosto esquisito, é agridoce. No Oriente,
como já referimos, esses grãos macerados produzem um líquido que fermentado
resulta em vinho afrodisíaco. O simbolismo do fruto e de sua flor se adequa
à filosofia maçônica. A planta, ou melhor, o arbusto, tem as folhas
pequenas e perenes, de um verde escuro; a planta não atinge altura
significativa e desde cedo, quando em desenvolvimento, tendo um metro e meio,
já produz frutos. Os grãos simbolizam a união dos maçons em
seus vários aspectos: o fisiológico, porque cada grão possui “carne”, “sangue”
(o suco) e “ossos”, (as sementes). Os grãos crescem unidos de tal forma que perdem
o formato natural, que seria redondo; espremidos uns aos outros, são
semelhantes a polígonos geométricos, com várias facetas; são lustrosos e belos,
lembrando os favos de uma colmeia de abelhas; as abelhas trabalham sem descanso
e assim lutam os maçons.
Os
frutos representam os maçons que estão no Oriente Eterno; são pedras totalmente
polidas que abrilhantam o Reino Celestial. As
câmaras simbolizam a vida externa e a interna, ou seja, a mente humana e o
espírito. As cinco células da Câmara Alta representam as fases intelectuais
onde se estuda a razão da verdade eterna;, o conhecimento, o impulso para o
elevado, para a moral e para a perfeita harmonia.
Representam, ao mesmo tempo, as cinco
raças humanas, perfeitamente unidas, sem preconceitos; também recordam as cinco
idades do homem: a embrionária, a infância, a do aprendizado, a construtiva e a
madura. As três células da Câmara Baixa correspondem ao aprendizado, ao
companheirismo e ao mestrado. As três substâncias do homem: sangue, carne e
ossos; ao homem Templo, ao homem Altar e ao homem Alma. As três luzes: Ven.’. e os dois Vvig.’.. O formato externo representa a
Terra, seja pela sua esfera, seja pela sua coloração e conteúdo.
A virtude, do sacrifício, da ciência, da
fraternidade, do amor ao próximo, está colocada numa extremidade da esfera.
Simboliza o coroamento da obra da Arte Real. A flor rubra representa a chama do entusiasmo
que conduz o Neófito ao seu destino, iluminando a sua jornada. As cores
da Romã simbolizam: o verde, o reino vegetal; a amarela, o reino mineral; e a
vermelha, o reino animal. As membranas brancas, que não constituem cor, mas a
mistura de todas as cores como as obtidas quando o raio transpassa o cristal
formando o arco-íris, simboliza a paz e o amor fraterno.
Podemos acrescentar que o simbolismo da
romã se equivale, na Arte Real, ao simbolismo da Cadeia de União, da Orla
Dentada, da Corda de 81 Nós.
Em suma, a romã simboliza a
própria Loja e a sua a Egrégora."
Espero poder ter contribuído
positivamente para o aumento do nosso aprendizado, sempre tão importante,
quanto aos detalhes que diferenciam uma visão apenas exotérica, superficial,
dum fruto que, possui em sua estrutura e conjuntura natural, - tantas demonstrações
da Perfeição do Grande Arquiteto do Universo que, - É Único, Senhor
de toda a Infinita Sabedoria.
Precisamos como irmãos maçons
fazer uma reflexão do conteúdo aqui apresentado, indo além daquilo que já foi
exposto, quando me permito afirmar, - sempre que pararmos um pouco, meditando
sobre o caráter esotérico de todo o simbolismo que a Maçonaria Universal nos
coloca, nos prodigaliza, para que possamos entender, - fazemos parte do Todo!
Individualmente, somos em
inúmeros aspectos diferentes, como o tamanho de uma romã, como a árvore, símbolo
da Potência, que gerou o fruto, como a procedência das sementes, - a nossa
raça; também, como o local onde a árvore está plantada, e o tamanho dos grãos
que representam nossas condições materiais, intelectuais, gostos e afinidades
diferentes, porém somos parte de um conjunto harmônico, onde com o tempo, o
nosso grão perde a forma carnal e sanguínea para transmutar-se em futuros
sementes, possibilitadoras de novas árvores romãzeiras, através do nosso viver
e dos nossos conhecimentos embasados nos ensinos que a Maçonaria Universal nos
permite viver, aprendendo todos os dias, à lapidar melhor a nossa própria Pedra
Bruta, capaz de torna-la uma Pedra Cúbica, útil, - na Construção Fraterna do
mundo que, - tanto desejamos e queremos, aconteça!
Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'.I.'. 33 º
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