Temos observado que desde a segunda metade do século 20 até os dias de hoje, tem aumentado o relaxamento da condição moral de algumas nações. Há com certeza um distanciamento cada vez maior dos ensinamentos cristãos, dos 10 Mandamentos, por exemplo. As pessoas têm pensado mais em si mesmas, desprezando o coletivo. Zhanna Nemtsova, filha de Boris Nemtsov, líder da oposição russa que supostamente foi assassinado por estar fazendo uma forte oposição a Putin e ao seu governo, disse em artigo recente publicado no jornal The Moscow Times, sobre o povo russo: “Uma pesquisa realizada pelo Instituto Levada-Center, em março de 2015, constatou que um terço de todos os russos reage com indiferença ao assassinato do meu pai. Isso é, de fato, o rebaixamento da condição moral dos russos, que está expressa nas respostas ‘Ele não me diz respeito’ e ‘Isso não me afeta’. Enquanto os russos não pensarem no coletivo, mas abordarem todos os problemas com a preocupação de saber se os mesmos irão afetá-los pessoalmente ou não, este país poderá estar se movendo apenas em uma direção – para trás.”A situação no Brasil não é muito diferente. Enquanto os brasileiros pensarem partidariamente, quer dizer, enquanto aceitarem, defenderem e apoiarem políticos comprovadamente corruptos, já julgados e condenados, como tem sido o caso do “petista” José Dirceu e outros, e atacarem somente os corruptos que não são de seu partido, poderemos dizer que estaremos nos movendo para um atoleiro moral, para o abismo.Com relação ao Brasil, o que temos visto crescer em nosso país é a ideia disseminada pelo PT, PCdoB, PSOL e outros, de que a gestão da economia tem que ser feita pelo Estado para que o dinheiro chegue aonde é necessário. Mas, no entanto, não criam meios para que esse dinheiro seja o resultado de riqueza gerada por trabalho competente, eficaz e honesto. A solução que defendem e insistem é o aumento de impostos, e diga-se claramente, aumento de impostos para que não seja preciso cortar os gastos exagerados do governo. Na verdade este é um modo de explorar a parte produtiva da sociedade, o qual pode funcionar até que as pessoas que trabalham e geram riqueza cansem e deixem de alimentar este sistema injusto, como, aliás, vem acontecendo no governo Dilma.Zhanna ainda comenta que o motivo da adesão do povo russo ao movimento em direção à sua própria degradação moral se deve ao “sistema político que o presidente Vladimir Putin construiu, tirando do povo russo a capacidade de pensar, analisar, fazer perguntas, formular posições ou lembrar o passado. Ele não oferece nenhum estímulo para que a Rússia que ele governa precise de pessoas que pensam por si mesmas. Putin reduziu a concorrência ao mínimo em todas as áreas, inclusive no campo político. Não é, portanto, o mais inteligente que nos dias de hoje alcança o sucesso na Rússia.”Como se não bastasse, temos que pagar pela impunidade que mergulha nosso país nesta crise de violência sem precedentes, que aumenta a cada dia. Nos últimos três anos, uma média de 23 assassinatos por 100.000 habitantes foi cometida no Brasil, o que resulta em 40.000 assassinatos por ano. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, na França, Alemanha e Inglaterra este índice gira em torno de 1, e no Japão em torno de 0,8.Enquanto isto não for corrigido, continuaremos não tendo o direito de ir e vir, viveremos humilhados e encurralados dentro de nossas próprias casas. Seremos uma nação de exploradores e explorados, ou seja, os políticos que estão no poder e os seus aliados e protegidos estarão vivendo na abundância e na riqueza, enquanto a parte produtiva da sociedade continuará vivendo na penúria.
Elias Mansur Neto
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