Bode

Adormecido

Aos homens livres e de Bons Costumes

É TEMPO DE ANALISAR A PEDRA BRUTA.



Todo o tempo é um bom tempo! 
Para que façamos uma acurada análise da nossa própria Pedra Bruta.
O Natal está chegando e o ano novo está próximo, e nestes dias de expectativas, de planejamento para as merecidas férias, precisamos também, fazer uma sincera auto-critica, de tudo que vivemos, tanto na vida profana, como no viver maçônico.
Pessoalmente, vejo que, em vários momentos deixei de usar usar a régua de vinte e quatro polegadas, deixando de medir bem o entalhe da minha pedra, quando afrouxei o braço que impulsiona a força do maço, pois, instintivamente, receei o entalhe, deixando, postergando para mais tarde, para depois, o doloroso lapidar das minhas imperfeições, justamente aquelas que ficam no recôndito dos meus pensamentos, nos apegos à materialidade, os quais, nem sempre me dou conta, mas que me marcam internamente, através de atitudes permissivas ao meu ego que prefere tantas vezes o conforto, em lugar do sacrifício pessoal em prol da Grande Obra que visa a construção do Templo da Virtude. 
Também, porque, em outros momentos, quantas vezes deixei de praticar a temperança, sendo muito rigoroso comigo mesmo, não compreendendo que a minha pedra, ao ficar ao lado, junto de outras pedras, o meu esforço em dar exemplos, me faria incompreendido pelos irmãos maçons que me acompanharam no passado em minha Oficina de Trabalho.
Porém, de uma coisa eu tenho certeza, a cerviz da minha pedra jamais foi atingida, riscada, arranhada, quanto ao meu caráter e ao meu desejo de praticar e viver verdadeiramente os ensinos maçônicos.
Digo isto, porque, maçonicamente vivi em meio à grandes controvérsias.
Porque, pertencer à uma pequena Potência, fundar uma Loja e ter que pedir a quebra de interstícios, para compor os cargos que a ritualística exige, é algo muito temerário, quando a elevação e a exaltação de irmãos a pouco tempo iniciados, não têm, ou não tiveram o devido e insistentes esclarecimentos, quanto aos seus deveres perante a Maçonaria, e que a humildade, a disciplina, a obediência à hierarquia são fundamentos maçônicos, que se não observados, praticados e cumpridos, o futuro será incerto, pois as possibilidades de motins, de abalos das colunas do Templo serão sempre permanentes ameaças.
Estou aprendendo com meus próprios erros, porque o desbaste das imperfeições sempre acontece, independentemente da força intelectual, moral, espiritual, do meu maço, porque a Maçonaria é uma obra fraterna, iniciática, a verdadeira escola dos ensinos que conduzem à virtudes imprescindíveis ao progresso geral da humanidade.
O apóstolo Paulo em certa oportunidade falou, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim.
Infelizmente, não me atrevo a dizer que a Maçonaria vive em mim, porque se assim fosse eu já teria alcançado os desejos sinceros do meu coração, quanto aos trabalhos que até hoje realizei.
Porém, estou aprendendo através de duros e implacáveis desbastes, que o amor pela Arte Real aumenta cada vez mais, desde que eu esteja aberto ao entendimento das diferenças que permeiam o viver maçônico.
Estou aprendendo que o medo é a obscuridade do não saber.
Estou aprendendo que a raiva, o rancor e o ressentimento precisam da Trolha do Perdão.
Estou aprendendo que o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, são Luzes que o Grande Arquiteto do Universo prodigaliza a todos os maçons!
Me recordo dos tempos vividos, dos irmãos gêmeos que foram iniciados comigo, dos irmãos maçons, muitos deles que os iniciei, recordo, enfim, de todos que conviveram comigo, e que hoje estão longe, porque o trilhar e o viver maçônico é uma decisão pessoal, individual.
Recordo, finalmente, do tempo que permaneci adormecido, tempo difícil de viver longe do contato dos irmãos que, - os guardo carinhosamente naquilo que o meu ser, tem de melhor.
Porém, hoje com a nossa Loja União Ordem e Progresso, juntamente nossos irmãos, vivemos  tempos de Paz, em Harmonioso Conjunto Igualitário Fraterno e Solidário, quando no encerramento de todas as sessões, conclamamos, - irmãos visíveis e invisíveis, velem por estes homens, pois sentimos a egrégora com suas as energias salutares, que se forma naqueles preciosos momentos, em todos os Templos Consagrados ao Grande Arquiteto do Universo, espalhados em todos os continentes do mundo terreno.

Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'.I.'. 33º 










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