Pesquisando sobre a origem e o significado dos símbolos astrológicos que estão inseridos nas colunas do Templo encontrei
na REVISTA UNIVERSO MAÇÔNICO, http://www.revistauniversomaconico.com.br , uma
descrição histórica muito bem elaborada, que remonta até o passado longínquo,
imemorial; estabelecendo, desta forma, uma certa cronologia, mesmo que não
hajam datas precisas dos antigos acontecimentos e também quanto ao progresso
das observações dos astros no céu, porém, nos propiciando, uma ideia clara, bem
estabelecida dos porquês do interesse humano, inclusive, maçônico, pela
astrologia que se mantém até os dias atuais:
O ser humano tem buscado ao longo dos tempos, respostas para os mistérios da vida de várias formas, desde a observação dos fenômenos naturais, na tentativa de reprodução desses mesmos fenômenos, do exercício para a compreensão dos fatos formulando hipóteses, teorias e leis. Antigamente, o homem não dispunha de metodologia científica e para não se sentir distante da compreensão dos mistérios do universo e da verdade absoluta, lançou-se a especulação, trabalhando o incompreensível e o imponderável. Por meio do Misticismo, o homem começou a se aproximar das respostas que queria no aspecto intelectual e espiritual.
O estudo dos corpos celestes
e de suas influencias sobre o planeta Terra e os seres humanos, por meio da
Astrologia, é um dos grandes exemplos da união de limites imprecisos, entre
ciência e o misticismo. Embora a Maçonaria moderna seja baseada em idéias
iluministas, liberais, progressistas e normalmente vinculadas ao uso da razão,
na busca da verdade absoluta, ela utiliza em seus rituais, na sua simbologia e
na sua estrutura filosófica e doutrinária, padrão místico de diversas seitas,
religiões e civilizações antigas.
O estudo das colunas zodiacais
torna-se fascinante quando tentamos entender a sua simbologia, expressada por
meio de figuras e imagens provenientes de vários povos, relacionando de maneira
extraordinária o cosmos, o homem e a Maçonaria.
Os signos zodiacais são originários da babilônia,
mas o egípcios desenvolveram magnífico trabalho de representação zodiacal. Os
chineses também representaram as constelações por meio de imagens de animais. O
registro mais antigo que se tem de astrologia está no livro de Jô, o mais
antigo Canon Hebreu, anterior ao de Moisés, que fala dos 12 signos e prova que
os primeiros fundadores da ciência zodiacal pertenciam a um povo primitivo,
antediluviano. Os povos sumerianos e babilônicos criaram a astrologia, os
egípcios deram base científica e os árabes, no período medieval, salvaram-na do
total desaparecimento.
Pode-se imaginar que tudo
começou em tempos imemoriais, quando o homem, em vigília a zelar pelos
rebanhos, observava os corpos celestes no firmamento intrigando-se com os seus
regulares movimentos. Percebeu então que lenta e regularmente os astros mudavam
de posição em relação ao nascer do Sol, e que depois de determinado tempo
voltavam com absoluta regularidade ao mesmo ponto no firmamento.
Não pode deixar de observar que o nascimento
helíaco de certos grupos de estrelas se repetia em períodos coincidentes com
determinados acontecimentos importantes de sua vida, como o nascimento de crias
nos rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a germinação de
culturas sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de pastor-agricultor.
Sentiu então a necessidade de memorizar e
registrar esses fatos astronômicos que começavam a se tornar importantes para
orientação de suas atividades. Quando um determinado grupo de estrelas precedia
o nascer do Sol era hora de plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para
outras pastagens, ou era hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os
animais e era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua
família. Foi uma conseqüência inevitável, que aos poucos ele tentasse melhor
identificar esses tão importantes grupos de estrelas com nomes próprios, que
naturalmente se relacionavam com suas atividades. Recorrer ao nascimento
helíaco como ponto de referência foi um passo inicial importante, foi a
descoberta de um referencial, foi o início da marcação e medição do tempo.
Nascimento helíaco de um astro é o seu
aparecimento logo acima do horizonte imediatamente antes do nascer do Sol.
Assim os grupos de estrelas referenciais
de tempo foram recebendo nomes tirados da vida quotidiana daqueles primeiros
astrônomos. Esses nomes nada tinham a ver com a formação característica dos
conjuntos estelares. Eram simples nomes apenas, nada relacionados com poderes
mágicos e premonições.
O zodíaco, que em grego significa ciclo dos
animais, é uma faixa celeste imaginária, que se estende entre 8 a 9 graus de
cada lado da aclíptica e que com essa coincide. Eclíptica é o caminho que o
Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer anualmente no céu. Essa faixa
foi dividida em 12 casas de 30 graus cada uma, e o Sol parece caminhar 1 grau
por dia. Os planetas conhecidos na antiguidade (Mercúrio a Saturno) também
faziam parte do zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da
órbita da Terra. O zodíaco então é dividido em doze constelações, que são
percorridas pelo Sol, uma vez por ano.
A maior evidência de que os nomes das
constelações que formam o nosso zodíaco tiveram uma origem conforme descrito
anteriormente está na sua relação com a vida pastoril. Podemos classificar os
signos do Zodíaco em grupos de três formando quatro categorias distintas:
I) Os três reprodutores de seus rebanhos: Touro,
Capricórnio (bode), Áries (carneiro).
II) Os três inimigos naturais dos rebanhos e dos
pastores: Leão, Escorpião, Câncer (caranguejo).
III) Os três auxiliares mais importantes dos
pastores: Sagitário (defensor, arqueiro), Aquário (aguadeiro ou carregador de
água), Libra (pesador e sua balança).
IV) Os três mais destacados valores sociais da
comunidade pastoril: Virgem, Gêmeos (benção dos Deuses), Peixes (alimentação).
No sempre presente afã humano de mistificar tudo
o que não conhece ou não consegue explicar, já desde remota antiguidade
começaram os homens a cercar de mistério as constelações do zodíaco, atribuindo-lhes
poderes místicos e premonitórios e assim, creditando aos astros seus sucessos e
infortúnios.
Um dos ramos dessa cultura mística, mediante
observação de reis e pessoas, procurou determinar uma relação entre o dia do
nascimento da pessoa e seu caráter. O processo empírico com que foi
desenvolvido o sistema partiu do que se conhecia do homem em sentido moral,
ético, beleza, força, determinação, para conectá-lo à posição dos astros. Uma
espécie de engenharia reversa, que parte do resultado para lhe determinar fonte
ou origem. Assim originaram-se os diversos métodos astrológicos, cujo objetivo
era decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos terrestres e
na vida das pessoas, em suas características psicológicas e em seu destino, explicar
o mundo e predizer o futuro de povos ou indivíduos. O mais famoso de todos,
segundo especialistas, foi o sistema dos astecas. Com isso se influenciou o
povo em ver nas previsões dos astrólogos a delineação de rumos para as suas
vidas, a semelhança que se dava aos fenômenos naturais influenciáveis pelas
linhas de força da gravitação universal.
As colunas zodiacais num templo maçônico do rito
escocês antigo e aceito são doze. Servem como símbolos de demarcação do caminho
do homem maçom em desenvolvimento. Localizam-se todas no ocidente e são sinais
do crescimento do aspecto material, moral e ético do iniciado, que durante sua
jornada transcende em sua religião com a divindade. São seis em cada lado,
normalmente engastadas nas paredes e sempre na mesma ordem. Constituem mais da
metade de toda a decoração da Loja. Suas representações gráficas apresentam
misturas dos quatro elementos místicos estudados por Aristóteles da Grécia
antiga e sete astros.
Os rituais maçônicos usam os signos, sinais do
zodíaco, em sentido simbólico, não falam em horóscopo, ou em diagrama das
posições relativas dos planetas e dos signos zodiacais num momento específico,
como o do nascimento de uma pessoa, ou com a intenção de inferir o caráter e os
traços de personalidade e prever os acontecimentos da vida de alguém, ou um
mapa astral, ou mapa astrológico.
O homem livre não carece disso quando estuda e
evolui.
Na filosofia maçônica, as colunas zodiacais são
apenas símbolos para estudo, destituídas da atribuição de aspectos da predição
do comportamento do homem. É fácil deduzir que sua existência no rito escocês
antigo e aceito tem finalidade educacional, parte de uma metodologia pedagógica
específica à semelhança de outros símbolos e ferramentas.
As colunas zodiacais representadas no Templo são
colunas da ordem jônica tendo, cada uma, sobre seu capitel, o pentaclo
correspondente (pentaclo é a representação de cada signo com o planeta e o
elemento que o caracteriza). As colunas são postadas longitudinalmente junto às
paredes, sendo seis ao Norte e seis ao Sul. A seqüência das colunas é de Áries
a Peixes, iniciando-se com Áries ao norte próxima à parte Ocidental, e terminando
com Peixes ao Sul também próxima à parte Ocidental.
Os signos zodiacais relacionados com o Grau de
Aprendiz Maçom são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo
zodiacal relacionado com o Grau de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau
de Mestre Maçom são os signos de Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e
Peixes. Acompanhe cada um da sua representatividade:
Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do
Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do homem e representa Benjamim e como
faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo cérebro. Corresponde ao
planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo interno, o
ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.
Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do
Norte, corresponde ao pescoço e à garganta. É Issachar por representar a
natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato, depois de ser
adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde ao
planeta Vênus e ao elemento Terra.
Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna
do Norte, corresponde aos braços e às mãos, são os irmãos Simeão e Levi, como
faculdade intelectual é a união da intuição com a razão. Corresponde ao planeta
Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo fogo, á
vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.
Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna
do Norte, representa o nascimento da vegetação, a seiva da vida, simboliza a
instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos conhecimentos
iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e
digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre
o material e o intelectual. Corresponde ao planeta Lua, como era conhecido na
antiguidade e somente mais tarde, verificou-se tratar de um satélite da terra e
ao elemento Água.
Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente,
corresponde ao coração, centro vital da vida física; é Judá. Como faculdade
intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o órgão do
intelecto. Corresponde ao planeta Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a
luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da
razão a serviço da crítica, é a seleção de conhecimento.
Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao
Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila e distribui as funções no
organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização das
esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa,
para o Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento
da Pedra Bruta.
Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do
Sul, caracterizada por Vênus e o ar se refere ao grau de Companheiro Maçom.
Simboliza o equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas.
Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à
coluna do Sul, caracterizada por Marte e pela água. A partir dessa coluna até a
coluna de Peixes, todas se referem ao grau de Mestre Maçom. Essa coluna
representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e obstinação e a
constante batalha contra as imperfeições.
Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à
coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo fogo. Representa a mente aberta
e o julgamento crítico.
Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à
coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Terra. Simboliza a
determinação e a perseverança.
Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do
Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Ar. Representa o sentimento
humanitário e prestativo.
Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do
Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água. Simboliza o desprendimento das
coisas materiais.
A relação citada em relação às seis colunas do
Aprendiz maçom pode ser simbolizada da seguinte maneira:
Áries – Fogo – Marte: O ardor iniciático
conduzindo à procura da Iniciação;
Touro – Terra – Vênus: O Recipiendário (aquele
que é solenemente recebido em uma agremiação), judiciosamente preparado, foi
admitido às provas;
Gêmeos – Ar – Mercúrio: O Neófito recebe a luz;
Câncer – Água – Lua: O Iniciado instrui-se,
assimilando os ensinamentos iniciáticos;
O Iniciado julga por si próprio e com
severidade, as idéias que puderem seduzi-lo;
Virgem – Terra – Mercúrio: Tendo feito sua
escolha, o Iniciado reúne os materiais de construção para desbastá-los e
talhá-los, segundo o seu destino.
Para o grau de Companheiro Maçom temos:
Libra – Ar – Vênus: O Companheiro em estado de
desenvolver seu máximo de atividade utilmente empregada.
As demais colunas se referem ao grau de Mestre
Maçom.
As colunas zodiacais simbolizam o crescimento do
iniciado no aspecto material, moral e ético, ou seja, é a demarcação do caminho
que ele deve percorrer, a direção a ser seguida na busca da perfeição, por
aqueles que procuram a verdade embasada na filosofia Maçônica. Nesse período de
evolução, aqueles que continuarem nessa caminhada, descobrirão valores até
então desconhecidos, segredos lhe serão revelados. Na jornada do iniciado se
revela a existência de outros valores e segredos só desvelados aos que
persistem nos estudos do rito e perseverantes em seu aprimoramento moral e
intelectual.
O homem passa a contemplar outra maravilha,
outro universo, uma miniatura daquele cosmos conhecido e representado pelas
colunas zodiacais. Esse é o verdadeiro centro do universo da ótica do iniciado.
É quando ele desvela o seu mundo interior, a suprema verdade do triunfo humano,
a espiritualidade do maçom, ou aquilo que ele considera a representação dela. O
conjunto aponta o cosmos, de onde é réplica uma realidade física e
transcendental interna, o seu macrocosmo, o seu universo interior, onde ele
encontra os vestígios do Grande Arquiteto do Universo e torna-se homem
completamente livre e útil ao propósito Divino e realmente útil à humanidade.
Espero ter dado a minha modesta contribuição, quanto a esta importante simbologia das Colunas Zodiacais que adornam os Templos Maçônicos.
Carta vez, ouvi de um irmão, em uma Sessão, que, - é preciso conhecer!
Para que se possa amar de Verdade a Maçonaria Universal e Seus Sagrados Mistérios, para que todos possamos dar Glória ao Grande Arquiteto do Universo!
Agradeço ao irmão maçom que traçou, delineou, este belo texto, inclusive, deixo de citar o seu nome, pois o irmão não registrou nome.
Agradeço ao irmão maçom que traçou, delineou, este belo texto, inclusive, deixo de citar o seu nome, pois o irmão não registrou nome.
Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas 33º
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